quarta-feira, 30 de março de 2011

SOBRE O QUE VEM ACONTECENDO EM DEUS ME LIVRE


Voltei.

É fato notório que eu achei que a minha vida aqui em Deus me livre ia ser apenas sol (com protetor e guarda sol dessa vez) e água fresca (que fosse água de coco e até mesmo uma skol gelada), mas alguma coisa se desviou do caminho certo...

Enquanto estava lá em SP, entre o engarrafamento da ponte do Morumbi e os assaltos na Marginal Pinheiros, eu pensava utopicamente como seria minha vida aqui no nordeste.

Eu podia sentir a brisa do mar envolvendo meu corpo que "tomava sol" (embaixo do guarda sol) enquanto  admirava aquela praia linda e tranquila por todos os finais de semana para o resto da minha vida; podia sentir o suor de todas as noites quando eu, na minha nova fase da vida "Ser Saudável", corria no calçadão para que minhas coxas e bunda ficassem mais firmes assim como minha pochete (uma massa não indentificada que começou a possuir meu corpo na região da minha barriga) iria diminuir até sumir; podia presenciar a sensação de tranquilidade e paz nas noites de sexta feira quando enfim, sairia com o Namorado para fazer programas de namorados em um das centenas de barzinhos que têm na passarela do caranguejo (e não precisar nunca mais alugar o mesmo filme e assistir junto com ele no telefone - e viva a tim que me possibilitou esses momentos inesquecíveis)... enfim era tudo perfeito.

Primeira semana por aqui: Eu doente. Peguei uma virose/praga/resfriado/macumba e fiquei mal. Já sai de sp ruim. Chegando aqui acho que o virus paulista "copulou" (sabemos que os virus não fazem isso, estou apenas ilustrando uma situação irreal) com o virus aracajuano e gerou filhotes maiores e mais fortes e mais possuidores do corpo humano. Fui parar no pronto socorro (ah.. se vc falar "pronto socorro" aqui, vão te levar prum hospital público - e muito, mas muito feio mesmo, se você quiser ir para um hospital particular tem que falar "urgência". Ainda bem que o Namorado tava comigo pra me explicar...) duas vezes (1a vez R$ 120,00, 2a vez R$ 195,00. Eu ainda tava sem o plano de saúde). Passei a urucubaca pro Namorado. A casa parecia um alojamento de pessoas na quarentena separadas do mundo. Um moribundo em cada canto.

Passada a virose/praga/resfriado/macumba, comecei a trabalhar.

Dai que eu cheguei aqui para trabalhar num contrato que duraria até no mínimo julho, então vim tranquila porque não iria ficar desempregada até lá e também porque todo mundo estava falando que estava faltando engenheiro civil aqui em Aracaju, portanto, não seria difícil de arrumar outro emprego ao final do tal contrato.

O emprego era perfeito. A empresa ia me dar um carro para que eu pudesse me deslocar até a obra, fazia reembolso de qualquer gasto que eu viesse a ter, dava ticket refeição, plano de saúde, carteira assinada (coisa que eu nunca tive, só trabalhei ilegalmente em sp) e o meu chefe seria o meu namorado. Já estava recebendo salário desde o começo de fevereiro mas fui fazer alguma coisa mesmo só la pelo meio de fevereiro. Então já podia pegar o carro. Peguei na terça feira. Uma saveiro (para poder chegar até a obra que fica no meio do mato). Na sexta feira chegou um email pedindo para todos os engenheiros devolverem os carros por corte de gastos. Agora raciocina comigo, se estão cortando custos e tiraram os carros dos engenheiros, vão dispensar os engenheiros também. Porque do que adianta um engenheiro para fiscalizar uma obra se não tem como o engenheiro chegar na obra???  Na segunda feira mandaram um aviso que o contrato só valeria até o meio de abril. Pronto! Eu tinha exatamente dois meses pra me virar.

Deprimi! Fiquei desesperada achando que ia ficar desempregada e que ia ter que voltar a pegar trânsito em
SP, dai me cadastrei em todo e qualquer site de empregos (gratuitos porque já que eu seria uma desempregada eu não conseguiria pagar pelos serviços) que eu achei no google e assim foi por uma longa semana.

Resolvei ressucitar uma velha proposta de emprego que eu tive para uma das maiores construtoras daqui, pra trabalhar na área de tecnologia. O cara tinha falado comigo em novembro do ano passado mas como eu ainda estava em sp, as coisas ficaram meio que em stand by. Liguei pro cara. Ele falou que a vaga ainda estava lá e eu falei que ainda tinha interesse.

Só que o cara não para quieto dentro da construtora. Ele tá toda hora viajando pra lá e pra cá. Dai me mandou ligar na semana seguinte. Eu liguei. Liguei de manhã, não atendeu. Liguei 30 min depois, não atendeu de novo. Liguei 30 min depois, caixa postal. Liguei uma hora depois, o telefone estava ocupado. Liguei 10 minutos depois, nao atendeu. E assim foi meu dia. De hora em hora eu ligava pro cara e não conseguia falar. Até que no final da tarde eu liguei e ele desligou. Dai ele ligou de volta e quando eu peguei o telefone pra atender, ele desligou. Eu liguei de novo, tava ocupado (acho que ele ligou pra mim errado), dai ele ligou. Dai eu atendi e a gente marcou a entrevista. Foi um dos dias mais nervosos da minha vida. ODEIO CELULAR.

Fui fazer a entrevista. Consegui o emprego. Ele falou que eu poderia terminar de cumprir o meu contrato na outra empresa antes de ir pra lá. Mas como eu não queria correr o risco de perder a vaga, eu pedi para cancelarem meu contrato no meio de março e hoje vou ligar pra ele pra falar que toda a minha documentação já está ok e que eu já posso começar.

No meio disso, tem umas três semanas, apareceu uma pereba/micose/brotoeja na minha barriga. Achei que era aqueles troços que nenê tem por causa do calor, acho que é "brotoejo/a". Não fui no médico. Fui pra sp, passei a receita caseira e pra tudo que a minha mãe tem "alcool com arnica" (é tipo o xarope que Julius - O pai do Chris da série "Todo mundo odeia o Chris", que é muitooo boa!!! - usa quando os filhos ficam doente de qualquer coisa). Ardeu e fiquei um pouco mais feio. Num passei mais. Voltei pra Aracaju, a pereba se multiplicou e eu fiquei com nojo. Fui na "emergencia" (porque pro "pronto socorro" era o último lugar que eu gostaria de ir, se eu já tava com pereba, imagina como eu ia sair de lá...). O médico clinico geral que não entende nada de dermatologia falou que era micose e que eu comprasse um remedio (que me custou R$ 51,90) pra espirrar nas perebas e que se não passasse dentro de 7 dias, era pra eu procurar uma dermatologista. E é lógico que não resolveu. Agora veja, se eu conseguisse passar num dermato eu não iria ali falar com ele. Passaram-se os 7 dias e nada das perebas/micoses/brotoejas sumirem. Mas como eu sou esperta, já fiquei tentando marcar o dermato.

Depois de muito custo consegui marcar uma dermatologista pra cinco dias depois. Pensei que até lá essa pereba/micose/brotoeja já teria me comido toda, mas graças a Deus eu ainda conseguia andar na rua sem ninguem sair correndo de medo. Ela me disse que isso não era pereba/micose/brotoeja, que era um virus (logo, uma virose) e que o ciclo do vírus era de 40 dias e que portanto eu tava dentro desse tempo do ciclo ainda. Me passou mais uma pomada e um remédio (mais R$ 44,30) e falou que é para eu voltar lá depois de três semanas. Mas pelo menos dessa vez parece que ta resolvendo. Não porque eu ache que foram os remédios mas eu acho é que os dias do virus estão acabando mesmo.

Dai pra deixar minha mãe mais aliviada e saber que o que eu tenho não eram perebas/micoses/brotoejas que eu peguei na praia eu falei "Oi mãe. Vim do médico agora. Isso que eu tenho é uma virose, que nem gripe. Não é micose não". Dai ela responde "Ai credo!!!! Eu que num vou pra ai não!!!"

Valeu pela força, ein Mãe!!!

E a praia...??? QUE PRAIA????